Reginete Bispo (Crédito:Gabiriel Paiva,Câmara do Deputados)
A Frente Parlamentar Evangélica, agora sob o comando do deputado Gilberto Nascimento (PSD/SP), vai entrar com força no debate econômico. O objetivo é disputar com Lula em 2026. A Vitória de Gilberto Nascimento, é vista como uma maneira de afastar a Bancada Evangélica do Palácio do Planalto. A Deputada Reginete Bispo (PT/RS) suplente do deputado Paulo Pimenta, fez à coluna Repórter Brasília, uma análise, da nova postura da bancada evangélica.
Bolsonaro não é candidato
Para Reginete Bispo, dois pontos devem ser colocados: primeiro, Jair Bolsonaro não é candidato em 2026. Segundo, é importante ressaltar que a Frente Evangélica é composta por vários segmentos, com diferentes congregações. Nós temos, por exemplo, que compõe a Frente Evangélica, a deputada Benedita da Silva (PT/RJ).
Vejo como muito ruim
“O que a gente viu, nas últimas décadas e que agora tem essa configuração de fazer uso da política de estarem organizadas politicamente passa muito “pela nossa concepção neopentecostal”, afirmou Reginete Bispo, acrescentando que, “esses que defendem uma certa prosperidade, que está muito vinculada no aspecto econômico. Fora isso não quer dizer que melhore a vida dos seus seguidores, dos seus adeptos, mas eu vejo isso como muito ruim “, criticou a parlamentar petista.
Comercializar a fé
Na opinião de Regine Bispo, que não economizou adjetivos, “alguns evangélicos tem um perfil de comercializar a fé. São pessoas que enriqueceram comercializando a fé, explorando a fé de pessoas simples. Pessoas oprimidas e que fazem disputa política e que se associaram com o que tem de pior nesse país. Se associaram ao fascismo, se associaram que o fascismo caminha de braços dados com o racismo, com o supremacismo”.
Mais oportunismo do que cristianismo
Para Reginete Bispo “a Frente Evangélica, os parlamentares que compõem essa Frente, ou ainda os líderes religiosos que se utilizam da fé, da confiança que as pessoas que usam a Igreja para fazer disputa política, e uma disputa ainda apoiando concepções políticas que não tem nada a ver com cristianismo, é mais oportunismo do que cristianismo”.
Fake News e desinformação
Reginete Bispo fala com indignação dos recursos que utilizam “de fake news, da desinformação. A desinformação é a busca da forma mais retrógada e opressora possível, que se autodenominam “conservadores, e que de conservadores não tem nada, tem autoritarismo, sobretudo sobre as mulheres. Foi esse segmento que defendeu ano passado a PEC 904, aquela da lei dos estupradores.
Atrocidades em nome da fé
“Em nome da fé, em nome de Deus, em nome da religião, vão fazendo atrocidade, nesse país”, disparou a congressista gaúcha acentuando que, “tenho a impressão que, nesse último período, as bases dessas igrejas também começam a perceber que essa entrada, esse uso da fé na política, também afeta as igrejas, afeta as pessoas”. Para Reginete Bispo, “nós precisamos de uma política precisa, de políticas públicas sérias e que resolvam o problema delas, do emprego, por exemplo”.
Defesa do meio ambiente

O professor de teologia pastor Peniel Pacheco, avalia que “para uma representação tão numerosa, quanto a Bancada Evangélica, é muito estranho ver o seu novo líder se preocupar, somente agora, com outros temas fora da pauta de costumes”. Há anos que não se vê uma ação sequer do bloco defendendo o meio ambiente, a diminuição das desigualdades sociais, a redução dos juros escorchantes ou o fim do trabalho precarizado”, disparou o professor.
Fazer oposição
Na visão de Peniel Pacheco, “a preocupação parece estar voltada apenas para fazer oposição por oposição. Enquanto isso, a grande massa desassistida e os milhões de brasileiros vivendo de bico, para não morrerem de fome, além de tantos outros que continuam dependendo de políticas assistencialistas do Estado por não terem como alimentar os próprios filhos pela falta de oportunidade de um trabalho digno e decente”.
Leis mais justas
“Está na hora dos nossos representantes evangélicos reverem suas prioridades e se dedicarem um pouco mais a pautas mais relevantes, especialmente aquelas propostas voltadas para quem realmente precisa de leis mais justas e de ouvidos mais sensíveis aos clamores daqueles que se sentem abandonados à própria sorte”, aconselhou o professor de teologia, Peniel Pacheco.
Bíblia deixa claro
Não é por outro motivo que a Bíblia deixa bem claro que “o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, que foi retido por vós clama alto, e os clamores dos ceifeiros entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos” (Tiago 5:4), avalia Pacheco.
Menos politicagem
Como seria gratificante se houvesse menos politicagem e mais solidariedade cristã e humana afirma o professor de teologia Peniel Pacheco, Ele argumenta: “Afinal, eleição é apenas um meio de poder realizar a atividade fim da verdadeira política, qual seja: fazer com que a produção de alimentos e riquezas possa chegar à mesa de todos os filhos de Deus, sem distinção de classes ou privilégios”
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa