Eletroconvulsoterapia: A evolução de uma técnica psiquiátrica segura e eficaz

Foto: KomootP/Shutterstock/Reprodução da internet

Os tratamentos em psiquiatria vão além dos medicamentos e da psicoterapia. Nos últimos anos, há prescrição cada vez mais frequente dos procedimentos relacionados à psiquiatria intervencionista, como a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) e a Eletroconvulsoterapia (ECT), apresentando eficácia superior aos medicamentos em suas indicações.

A EMT é uma técnica não invasiva que consiste em utilizar campo magnético para promover uma modulação cerebral (neuromodulação), através de uma touca acoplada à cabeça do paciente. A sessão ocorre no próprio consultório, durando cerca de 30 minutos, de forma totalmente não invasiva e indolor.

A eletroconvulsoterapia, popularmente conhecida como “tratamento com choque”, evoluiu significativamente ao longo dos anos, passando a ser realizada sob anestesia geral em blocos cirúrgicos. Com protocolos modernizados e supervisão rigorosa de especialistas (psiquiatras e anestesiologistas), o procedimento tem ajudado milhares de pacientes a recuperar a qualidade de vida.

Ambas as técnicas são utilizadas em casos de depressão refratária aos medicamentos convencionais e Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), por exemplo. A ECT também pode ser utilizada para o tratamento de casos graves do transtorno bipolar e esquizofrenia. Por sua vez, a EMT pode ser aplicada em outras condições médicas, como o tratamento de dores crônicas e reabilitação pós-AVC.

Dr. Demétrius de Luna Lopes, diretor do Instituto de Neuropsiquiatria de Brasília (PsiQs), instituição especializada na capacitação de profissionais em psiquiatria e saúde mental, enfatiza a importância da ECT no contexto atual: “A eletroconvulsoterapia é um dos tratamentos mais eficazes para os transtornos psiquiátricos graves. O avanço da tecnologia e o aprimoramento das técnicas garantem que o procedimento seja cada vez mais seguro e humanizado. Ainda há preconceito, mas precisamos ampliar a informação para que mais pessoas tenham acesso a esse recurso terapêutico que pode salvar vidas.”

Impacto na Psiquiatria Atual

A modernização da ECT e o estabelecimento da EMT contribuem para a consolidação da psiquiatria intervencionista como área de grande importância e avanços dentro da comunidade científica. A fim de capacitar profissionais médicos para a aplicação destes métodos, instituições de ensino no mundo todo têm investido cada vez mais na área.

A saúde mental no Brasil apresenta números significativos que refletem a prevalência de transtornos mentais e a demanda por serviços psiquiátricos. Houve um aumento de 44,5% no número de consultas com psiquiatras em um período de cinco anos, passando de 3,4 milhões para 4,9 milhões de atendimentos.

No mesmo relatório, a OMS indicou que 9,3% dos brasileiros apresentavam transtornos de ansiedade, totalizando cerca de 18,6 milhões de indivíduos. A depressão está presente em 5,8% dos brasileiros, sendo mais frequente em mulheres. Além disso, o Brasil é um dos países com maior número de diagnósticos de transtornos psiquiátricos na América Latina.

Dados do Ministério da Saúde revelam que aproximadamente 12% dos pacientes psiquiátricos necessitam de intervenções mais intensivas, incluindo internação hospitalar e terapias intervencionistas como a ECT. A efetividade do tratamento é alta, com estudos apontando taxas de resposta acima de 70% em casos de depressão grave e catatonia.

Dr. Rafael Rodrigues Oliveira, diretor da PsiQs, nota a importância da EMT: “A estimulação magnética transcraniana amplia o leque terapêutico, possibilitando o tratamento de condições que nem sempre respondem ao tratamento medicamentoso ou psicoterápico. É um método eficaz e de rápida aplicação. O paciente chega, faz a sessão e volta para casa ou o trabalho, só que melhor da depressão.”

Com o avanço contínuo das técnicas de psiquiatria intervencionista, a expectativa é que um número cada vez maior de pacientes tenha acesso a tratamentos eficazes, promovendo qualidade de vida e reduzindo o impacto dos transtornos mentais na sociedade.

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