Desespero dos produtores gaúchos

Reunião parlamentares com lideranças do agro. Na mesa, também Hamilton Mourão, único senador presente  (Crédito fotos: Edgar Lisboa)

As lideranças do agronegócio gaúcho voltam a Brasília, mais uma vez, para pedir socorro. Em reunião com parlamentares, nas Comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; Danos Causados pelas enchentes do Rio Grande do Sul, apresentaram a situação desesperadora do agro no Estado. “O governo, seis meses depois, não tem como continuar culpando a burocracia pelo que está acontecendo. Na verdade, o governo federal criou burocracias, e hoje bota a culpa nelas”, afirmou o deputado Marcel van Hattem (Novo/RS), anunciando que apresentou um projeto de lei para que sejam destravados os recursos aos produtores do Rio Grande do Sul. Ele vai pedir, com apoio da bancada, que o presidente Arthur Lira, ajude a destravear os recursos.

Recursos devem chegar na pontz

Marcel van Hattem enfatiza que” agora nós estamos trabalhando firmes aqui com essa Comissão Externa, com a Comissão de Agricultura também, para que o recurso que deve chegar lá na ponta, deve chegar para o nosso agricultor, de fato chegue e não fique só na promessa, só nos anúncios. Foi importante ouvir também alguns números”, avaliou o parlamentar.

Êxodo para o Uruguai

“A situação está criando um novo tipo de êxodo no Rio Grande do Sul”, afirmou um líder agropecuarista, durante a reunião com parlamentares, nesta terça-feira (5), na Câmara dos Deputados. “Muitos produtores que o que fazem realmente é plantar, é produzir, estão desalentados, perderam na seca, perderam na enchente e pior do que perder é não ter expectativa; a perspectiva de voltar a trabalhar, estão se transferindo para o Uruguai, vão produzir no país vizinho”, afirmou um produtor presente à reunião.

Mais recursos

A situação foi confirmada pelo deputado Afonso Hamm (PP/RS), ao Repórter Brasília. “Nós precisamos de mais recursos, e devem chegar de uma forma ágil. Esse último recurso do BNDES chegou de uma forma mais ágil, mas ainda tem que renegociar a dívida dos produtores, que só foi prorrogada até março. Março ninguém colhe, ninguém consegue colher, com raras exceções consegue. Então o problema foi só postergado”, afirmou o deputado Afonso Hamm.

Produtor angustiado

Afonso Hamm destacou que “ o produtor ainda está angustiado. Nós levantamos os dados, falaram aqui assentados da reforma agrária, são produtores hoje, que não estão tendo a dignidade de receber condições para plantar, porque eles perderam em estiagens e tiveram também as perdas, por conta das chuvaradas, que não foram enchentes, mas tiveram, praticamente, um mês só de chuva e não colheram. Todos terão que ter o apoio do Governdo Federal”, defendeu o deputado.

As coisas não estão boas

Para o deputado Pompeo de Mattos (PDT/RS), “na verdade, a vinda de tantos agricultores e tanta representatividade aqui, é porque as coisas não estão boas, as coisas não estão corretas, não está certa, e se tem algo errado o nosso dever é diagnosticar, estabelecer o diagnóstico, ver onde está o problema e estabelecer o prognóstico”, acentuou o parlamentar.

Não adianta ficar xingando

De acordo com Pompeo de Mattos “não adianta nós virmos aqui e ficar ofendendo o governo, xingando o outro. Se é para nós ficarmos xingando, como um outro deputado fez, bom, vamos xingar e voltarmos para casa. Se nós queremos uma solução, nós temos que diagnosticar o problema”, aconselhou o parlamentar.

Segurança Pública

Para o senador progressista Luis Carlos Heinze (RS), “a PEC da segurança apresentada por Lula aos governadores é uma tentativa de intervir nos estados, numa disputa de poder absurda”. Segundo o senador, “é fato que a União não tem agido nem nas demandas que são do seu escopo”.

Maquiagem e descontrole

“A PEC é apenas mais uma tentativa política do governo Lula, que não apresenta soluções, e tenta fazer uma maquiagem para enganar a população. Vamos conversar sobre a situação das fronteiras? E dos presídios federais? O que o governo tem a dizer? O que estamos vendo é descontrole”, reclama Heinze.

A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.

Edgar Lisboa