Arthur Lira e Alexandre Padilha (Crédito: Mario Agra, Câmara dos deputados/ Gil Ferreira, ASCOM/SRI
O governo enfrenta mais um problema esta semana: tratar da agenda econômica em meio a briga entre o presidente da Câmara Arthur Lira (PP/AL) e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT/SP). Todo o cuidado, agora, é pouco, a reforma tributária, agora, é o grande desafio, que espera uma definição há mais de 30 anos e corre o risco de todo o trabalho de 2023 realizado pelos parlamentares, ir por água abaixo. Outra pauta que divide os deputados será definir o futuro de Chiquinho Brazão, acusado de mandar assassinar Marielle Franco.
Negociações de Haddad
Com esse turbilhão de problemas, num governo que não tem maioria no Congresso, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, vem se saindo bem. Num esforço de convencer deputados e senadores, tem conversado com Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, buscando costurar os projetos de interesses do governo.
Resposta cirúrgica
O presidente Arthur Lira, não vai deixar barato, vai responder a seu estilo. Certamente não vai polemizar com o presidente Lula publicamente, mas nos próximos dias, sem dúvida, vai reagir com as armas que tem. Na próxima quinta-feira, haverá uma sessão conjunta do Congresso Nacional. Na pauta, os vetos do Lula, principalmente pelas ”saidinha”, onde parlamentares já admitem uma derrota do governo. O deputado Arthur Lira deve começar sua reação, com o saber cirúrgico, de mestre da estratégia política.
Frente a Frente
Nos embates de quinta-feira, Lira terá oportunidade de enfrentar as teses de Alexandre Padilha, quem ele chama de desafeto pessoal e incompetente. Outro ponto que terá atenção especial do presidente da Câmara é referente ao orçamento e, Lula impôs um veto de 5,6 bilhões de reais, sobre os recursos das emendas parlamentares de comissão. É o começo de uma relação complicada entre o presidente da Câmara e o Palácio do Planalto.
Lula longe da sucessão na Câmara
Arthur Lira, dá o recado, para evitar que o presidente Lula não interfira na disputa pela presidência da Câmara onde, por enquanto, o deputado Alagoano com o Centrão e aliados, nada de braçada. Lira não quer sair derrotado de sua própria sucessão onde tem mantido o comando absoluto dos rumos das votações.
Comando da Câmara
Já é usual a realização de grandes tumultos em ano de sucessão da mesa diretora da Câmara, que não rara às vezes tem levado o país a aumentar sua crise. A batalha pública entre Lira e Padilha mostra isso mais uma vez. O que o Brasil precisa agora é de muita reflexão e serenidade de seus dirigentes.
Eleições municipais
O jogo de xadrez no Congresso deverá persistir com mais força até as eleições municipais. O país conhece bem os resultados das disputas acaloradas, com consequências históricas de eleições na Câmara dos Deputados. Entre os exemplos a desestabilização do governo de Dilma Rousseff no parlamento. A vitória de Eduardo Cunha (MDB), sobre Arlindo Chinaglia (PT), em 2015, entre outros, que mudaram o rumo de algumas decisões.
Lembrar dos exemplos
É claro que se estiverem no comando do Congresso algozes oposicionistas, a vida do governo fica mais complicada na condução dos rumos do país. Esses discutíveis exemplos do passado deveriam estar na memória dos parlamentares que promovem a nova disputa pelo comando do Congresso e as relações com o Palácio do Planalto.
Se as coisas não forem para o rumo do bom senso, quem perde é o país, e, no final, a população brasileira.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa