
No mesmo dia em que foi lançado o relatório do novo Plano Nacional de Educação (PNE), a deputada Carol Dartora (PT/PR) subiu à tribuna para reafirmar que não há como pensar em metas educacionais sem enfrentar as desigualdades que estruturam o Brasil.
Educação inclusiva
“A educação pública brasileira só será de qualidade quando for, de fato, inclusiva. E é por isso que defendo com firmeza o projeto de lei nº 672, do qual sou relatora, que garante que o piso salarial da educação básica, já previsto em lei, seja estendido a todas as professoras e professores do país inclusive aos contratados por tempo determinado”, afirmou Carol.
Maioria de professoras temporárias
A parlamentar destacou que mais da metade dos docentes das redes estaduais são temporários, sendo a maioria mulheres e mulheres negras. “Elas sustentam a escola pública com o seu trabalho, mas seguem sem o reconhecimento e a valorização que merecem. E são essas educadoras como eu, que, nesta semana do Dia das Professoras e dos Professores, me inspiram a reafirmar minha identidade como trabalhadora da educação. Sou professora e sei da importância da valorização desses profissionais, porque sem isso não haverá verdadeiro desenvolvimento nacional”, declarou.
Racismo institucional
Carol Dartora ressaltou que essas profissionais enfrentam racismo institucional, machismo estrutural e precarização dos vínculos de trabalho, especialmente nos contratos temporários, que em muitos casos não garantem sequer o piso salarial mínimo direito constitucional de todas as carreiras.
Plano Nacional de Educação
“Neste mesmo momento em que está sendo lançado o relatório do PNE, precisamos garantir que a valorização docente seja mais do que um princípio: seja uma prática. Um Plano Nacional de Educação que ignora o recorte de gênero e raça está condenado a reproduzir as mesmas desigualdades históricas”, enfatizou.
Importância da valorização
“Como mulher negra, professora e parlamentar, reafirmo a importância da valorização”, afirmou Carol Dartora. “A valorização da educação passa pela valorização de quem educa e quem educa o Brasil, majoritariamente, são mulheres. Defender o piso é defender o Plano Nacional de Educação, é defender a democracia e o futuro do nosso país. Esperamos aprovar, em breve, o piso salarial mínimo para professoras, professores e trabalhadores da educação contratados de forma temporária”, concluiu a deputada paranaense.
Portal Repórter Brasília, Edgar Lisboa