Candidatos competitivos contra Lula

Ilustração, Edgar Lisboa com recursos de IA

A direita conta com diversos nomes competitivos para enfrentar Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2026, segundo pesquisa divulgada pela Quaest. O levantamento, publicado na quinta-feira (5), mostra que Lula aparece tecnicamente empatado com Jair Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro, Ratinho Jr. e Eduardo Leite nas intenções de voto.

Narrativas caluniosas

Bohn Gass (Crédito: Kayo Magalhães/ Câmara dos Deputados)

O deputado federal Bohn Gass (PT-RS) afirmou à coluna Repórter Brasília que é natural o surgimento de candidaturas — com ou sem respaldo em pesquisas. Para ele, o principal problema do país hoje está nas “narrativas caluniosas, mentirosas, tentativas constantes de golpe e nas obstruções às pautas do governo”, o que, segundo ele, contribui para um ambiente de instabilidade política.

“Não querem o Brasil do bem”

Na visão do parlamentar petista, a oposição “não gosta do Brasil” e atua para impedir que o governo Lula avance: “Eles tentam obstruir porque não suportam ver o governo do presidente Lula dando certo. O país está crescendo, gerando empregos. Eles não querem um Brasil que funcione. Felizmente, estamos em um regime democrático, se dependesse deles, nem eleição haveria”, disparou Bohn Gass.

É preciso divulgar mais o trabalho

Questionado sobre como o governo pode enfrentar “as narrativas negativas” da oposição Bohn Gass defendeu que o foco deve ser em ampliar a comunicação com a população: “O governo precisa insistir mais na divulgação do que tem feito. O presidente Lula deve continuar viajando pelo país, os ministros também. Temos que mostrar claramente à população o que está sendo realizado e, ao mesmo tempo, denunciar os retrocessos promovidos pelo governo anterior”.

Contato direto com o povo

Para o deputado, o engajamento com a população é essencial: “É fundamental mantermos o contato direto com o povo, com muitas atividades nas comunidades. Os programas precisam chegar na ponta, como é o caso agora da saúde, com a ampliação das especialidades médicas. Temos que fazer esses programas chegarem a quem mais precisa, divulgar bem o que está sendo feito e continuar trabalhando para que o Brasil cresça e gere empregos”.

Desconectado da realidade

Luciano Zucco (Crédito: Agência Câmara)

“A pesquisa apenas confirma o que o povo brasileiro já sente no dia a dia: esse é um governo falido, incompetente e desconectado da realidade”, disparou Luciano Zucco (PL/RS), acrescentando: “É o governo do imposto, do roubo dos aposentados e da tentativa de censura. A inflação volta a assombrar as famílias, a confiança desaparece e o país mergulha num retrocesso sem fim. Lula está sendo rejeitado porque o povo não aguenta mais o PT. Em 2026, a mudança será inevitável. O Brasil não suporta mais quatro anos dessa destruição — nem moral, nem econômica, nem social.”

A ideologia ainda pesa mais

Carlos Veras (Crédito: Agência Câmara)

O deputado federal Carlos Veras (PT-PE) avalia que o bolsonarismo elevou a polarização ideológica a um nível que, muitas vezes, se sobrepõe aos resultados concretos do governo: “Mesmo com a melhoria da qualidade de vida, com investimentos e ações sendo implementadas, isso nem sempre influencia a decisão do eleitor. A ideologia acaba falando mais alto do que o debate econômico”, afirmou.

Recorte temporal do momento

Em relação ao alto número de opções contra Lula, Veras afirmou que pesquisas eleitorais são um recorte temporal do momento, e que ainda há muito tempo para reverter o cenário até a eleição de 2026, quando um único candidato deverá ser escolhido pela direita. “Em pesquisas, todos os nomes têm potencial, mas a gente sabe que quando o processo eleitoral for caminhando, ele tem uma tendência a afunilar”, apontou, completando que a eleição deverá ser polarizada entre o presidente e um bolsonarista.

Eleição em dois turnos

“O candidato que conseguir absorver essa identidade mais forte com o bolsonarismo e tudo que eles defendem, vai ser o candidato que vai polarizar com o presidente Lula. Será uma eleição novamente acirrada e decidida em dois turnos”, reconheceu o parlamentar

Bolsonaro deveria abrir mão da candidatura

Mesmo inelegível, Jair Bolsonaro foi considerado pela Quaest e também teve rejeição apontada entre os eleitores. 65% dos participantes afirmaram que o ex-presidente deveria abrir mão da candidatura e apoiar um outro nome para o pleito de 2026. O preferido, com 17%, foi Tarcísio.

45% dos entrevistados também afirmaram que têm mais medo do retorno de Bolsonaro do que a continuação de Lula no poder. Ainda, 55% disseram que não votariam em Jair Bolsonaro para a presidência.

Leve folga para Lula

Michelle Bolsonaro ficou com 39% das intenções de voto, contra 43% de Lula. A diferença entre eles foi de quatro pontos percentuais, dando uma leve folga para o presidente, embora ainda estejam empatados no limite da margem de erro.

Diminui distância com Ratinho

Já contra Ratinho Jr. a distância diminui para dois pontos percentuais — o governador do Paraná teve 38% contra 40% do presidente. Assim como aconteceu com Tarcísio de Freitas, a distância entre Ratinho e Lula, que era de sete pontos em março, diminuiu cinco pontos no levantamento atual.

Tecnicamente empatado com Leite

Contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que obteve 36%, Lula ficou com 40%, mantendo os dois empatados tecnicamente no limite da margem de erro. Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) aparece mais distante do petista, marcando 34% contra 44% do presidente — são 10 pontos de diferença.

Governadores de Minas e Goiás

Assim como em outras pesquisas, os governadores de Minas Gerais e de Goiás, Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil), aparecem mais distantes, com 33% cada um.

Lula não deveria ser candidato

Os números da pesquisa podem mostrar um cenário preocupante para a esquerda, que, diferentemente da direita, não consegue levantar um nome como segunda opção ao atual presidente, que deve buscar a reeleição sob rejeição, conforme mostrou a pesquisa. A Quaest de quinta-feira apontou que 66% dos entrevistados acreditam que o presidente não deveria ser candidato à reeleição, enquanto 32% defenderam mais um mandato de Lula. A pesquisa também mostrou que 57% dos entrevistados disseram que não votariam em Lula em 2026. Este número subiu oito pontos percentuais em relação a janeiro deste ano.

A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.

Edgar Lisboa

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