O presidente da Associação dos Cerealistas do Brasil (ACEBRA), Jerônimo Goergen, fez uma análise ao Repórter Brasília, sobre a situação do Agro, principalmente, no cenário gaúcho. Na visão de Goergen, advogado e ex-deputado federal, há uma expectativa pela retomada do processo. “Nós vivemos na soja, dois anos muito difíceis, do milho mais de três, e do trigo foi horrível este ano, e no ano passado foi a única lavoura boa que nós tivemos.”
Buscar as perdas
Jerônimo Goergen (Crédito:Beto Raskin, Divulgação)
Na avaliação de Jerônimo Goergen “é o momento de termos uma boa safra, para depois disso voltar a buscar as perdas. Não será um ano de lucro, será um ano de estagnar o prejuízo”, acentuou o líder rural, acrescentando que, “se tudo andar bem na safra, o produtor para de perder e constrói uma retomada do setor, que teve uma importante descapitalização”. Segundo Goergen, “basta ver as notícias de hoje, que mostram que as máquinas agrícolas diminuíram 15% na comercialização deste ano que passou.”
Estancar anos difíceis
Para o presidente da associação de cerealistas, “esse é o efeito que, às vezes, as pessoas não se dão conta da importância do agro, porque ele tem uma ligação automática com tudo. Há uma boa expectativa, teremos problemas pontuais, como nesta semana, quando se deu um temporal em Nova Candelária. O milho se perdeu, mas são coisas que vão acontecer pontualmente, com um pequeno atraso do cultivo em razão da chuva. Mas a expectativa é que seja um ano de estancar os anos difíceis que tivemos”, diz Goergen.
Programar retomada de ganhos
Para Jerônimo Goergen, “agora é começar a planejar uma retomada de ganhos. O Brasil sempre ganha financeiramente, porque a seca dá aqui e não dá no Mato Grosso, por exemplo, mas, para o produtor rural, é muito difícil. Pode em alguns estados estar enfrentando secas e outros chovendo demais. Para o Brasil não haverá problema, o agro será novamente, em números altamente lucrativos.”
Descapitalização significativa
Para o produtor gaúcho, atesta o presidente da ACEBRA, “há uma descapitalização bem significativa nestes últimos três anos. Já o mercado externo, ele precisa consumir o que nós produzimos. Então ele é sempre muito positivo. A pauta é o planejamento interno com relação ao que nós precisamos comer e o que nós precisamos vender. O grande erro do Brasil é a chamada política agrícola, que há anos a gente discursa e fala que não existe, e que, realmente, considero que nós não temos. Se nós nos planejássemos, dava para atender a demanda interna e externa, com muita rentabilidade”, acredita.
Invasão às Sedes dos Três Poderes
Há exatos um ano, apoiadores extremistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes. O dia 8 de janeiro é lembrado por muitos, como uma tentativa de golpe de Estado. A data será marcada com um grande encontro de representantes de todos os Poderes, em Brasília. Por precaução, mais de 2 mil policiais militares do DF, devem fazer o patrulhamento ostensivo, nesta segunda-feira (8).
Forças Armadas não queriam golpe
O ministro da Defesa, José Múcio, diz que é fundamental que os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro sejam identificados e punidos. Afirmou que as investigações são importantes para dissipar a “névoa de suspeição” que paira sobre as Forças Armadas. O ministro enfatizou que “as Forças Armadas não queriam um golpe”. Para José Múcio, “podia ser até que algumas pessoas da instituição quisessem, mas as Forças Armadas não.”
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa