Acordo Mercosul e União Europeia

Foto Bandeira, Mercosul (crédito: Marcos Oliveira, Agência Senado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, que caso não haja o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE), não foi por falta de vontade dos sul-americanos, mas por protecionismo dos europeus. Lula fez várias reuniões no exterior para tratar do Mercosul. A França é contra acordo. O presidente francês disse ser “incoerente” e “mal remendado”. Já a Alemanha é um dos países que defende o acordo.

Não é culpa do Brasil

“Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade. A única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é por conta do Brasil e que não digam mais que é por conta da América do Sul”, disparou Luiz Inácio Lula da Silva.

Não somos mais colonizados

Para Lula, “os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão, é sempre ganhar mais e nós não somos mais colonizados, nós somos independentes, nós queremos ser tratados apenas com o respeito de países independentes que temos coisas para vender, e as coisas que temos têm preço. O que queremos é um certo equilíbrio”, pontuou.

Negociação com 31 países

Após 20 anos de negociações, o acordo Mercosul-UE foi aprovado em 2019, precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. A negociação envolve 31 países. Outra dificuldade, é a posição do presidente argentino Javier Milei, que parece não acreditar no Mercosul. Com tudo isso, o acordo pode continuar no papel.

França sempre criou obstáculos

Lula afirmou que “a França sempre foi um país que criou obstáculos no acordo do Mercosul com a União Europeia, porque a França tem milhares de pequenos produtores e eles querem vender os seus produtos”, disse.

Alimentos de qualidade

“Agora, o que eles não sabem é que nós também temos 4,6 milhões de pequenas propriedades de até 100 hectares que produzem quase 90% dos alimentos que comemos, que são alimentos de qualidade, e que nós também queremos vender”, acrescentou o presidente.

Dificilmente acordo será assinado

O deputado Heitor Schuch (PSD/RS), integrante do Parlasul, não acredita que o acordo entre Mercosul e União Europeia seja assinado. O parlamentar argumenta que se, em 20 anos, o acordo não evoluiu é porque tem problemas, tem desavenças, tem coisas que não estão conformes. Apesar do esforço do presidente Lula, as manifestações como a do presidente francês, mostram as dificuldades para um acordo como este.

Vinho da França e queijo Suiço

Heitor Schuch teme que, “quando abrir esse acordo, vai vir para cá o queijo da Suíça, o vinho da França e de outros lugares mais, com a qualidade que eles têm, com a fama que tem”. Heitor Schuch acrescenta “daqui a pouco mais barato do que o nosso queijo, mais barato do que nosso vinho”. Para Heitor Schuch “nós não vamos conseguir fazer frente a isso, para nós pelo menos esses dois setores, tem outros tantos que a gente teria que avaliar um por um. Nós vamos ficar no prejuízo, essa é a questão”.

A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.

Edgar Lisboa

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