Benedita da Silva (Crédito: Zeca Ribeiro, Câmara dos Deputados)
As mulheres congressistas celebram a assinatura de um protocolo de enfrentamento à violência política de gênero, entre o Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública, a Procuradoria Geral Eleitoral, e a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados. “O protocolo surgiu também como um trabalho conjunto do judiciário, executivo e parlamento”, destaca a deputada Benedita da Silva.
Medidas concretas de combate
A coordenadora da bancada feminina na Câmara, deputada Benedita da Silva, argumenta que a medida é um passo fundamental para garantir a segurança e a participação das mulheres na política.
Agenda de enfrentamento
A parlamentar destacou “a importância da participação da mídia na construção de uma agenda de enfrentamento à violência política com foco na questão de gênero”.
Houve um avanço
A deputada Any Ortiz (Republicanos/RS), acredita que houve um avanço considerável nos últimos anos, quanto à presença e valorização da mulher na política. A parlamentar gaúcha foi protagonista, na noite do dia 12 de setembro, de um episódio que mostrou a força da mulher brasileira no Parlamento.
Declínio da relatoria
Any Ortiz foi relatora do projeto de lei do retorno gradual da reoneração da folha de pagamento. Declinou da relatoria e devolveu o projeto antes da votação, destacando que votaria favoravelmente ao tema, mas não assinaria o documento alterado pela base governista.
O protesto das deputadas
A parlamentar foi aplaudida pela bancada feminina presente à sessão. As deputadas mulheres levantaram de suas cadeiras e se postaram atrás da Tribuna, de onde Any Ortiz fazia um discurso eloqüente, também na defesa do Congresso Nacional. De braços cruzados, as integrantes da bancada feminina mostraram seu apoio e solidariedade à deputada gaúcha, sob o olhar de espanto da maioria dos deputados homens presentes.
Fortalecendo o Parlamento
A seguir, as congressistas mulheres se revezaram na tribuna, enaltecendo a postura da deputada gaúcha. Entre as parlamentares que passaram pela tribuna estavam Bia Kicis (PL/DF), que considerou a posição do governo uma “chantagem”, Adriana Ventura (Novo/SP), Soraya Santos (PL/RJ), entre outras lideranças.
Espanto dos parlamentares
O declínio da deputada Any Ortiz de relatar o Projeto de Lei, por não concordar com o que foi alterado e apresentado, no apagar das luzes da sessão da Câmara, espantou alguns parlamentares presentes. Mas a maioria considerou “um ato de coragem que fortaleceu o Congresso Nacional, como instituição”. Normalmente a maioria dos parlamentares acaba concordando com os “jabutis”, inseridos pelo governo. Depois o projeto de lei acabou sendo aprovado pela maioria.
Defesa da mulher na política
Procuradora da Mulher da Câmara dos Deputados, a deputada Soraya Santos (PL/RJ), ressalta que “muitas mulheres desistem de ser candidatas por conta da violência política, que também perdura durante o exercício da função, quando elas são eleitas, e até impede esse exercício”.
Democracia e representatividade
Na opinião da deputada Soraya Santos, “o protocolo é consequência de uma necessidade na implementação da defesa da mulher na política. Democracia passa por representatividade. Esse é um trabalho que começou em 2016, quando a gente começou a mapear o número de mulheres laranjas nesse Brasil, se a gente está falando de democracia, a gente tem que entender como que o Brasil tem 52% de uma população feminina e não consegue eleger vereadoras nem com a cota de 30%”, lamentou.
Mulher laranja
Soraya Santos explica que “surgiram várias ações, tipificando a mulher laranja, nos obrigando a ter dinheiro para candidaturas femininas; e a coisa foi aumentando, esclarecendo para a gente todo o processo que a mulher passa”, acentuou a deputada carioca.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa