Carlos Alberto Di Franco
Nos últimos anos, a presença das mulheres no jornalismo tem crescido de forma significativa, refletindo não apenas uma conquista de espaço, mas também uma transformação profunda na forma de fazer e pensar a comunicação. As mulheres não são mais apenas repórteres nas ruas — hoje, elas ocupam postos de chefia, apresentam grandes telejornais, comandam redações e influenciam os rumos da mídia no Brasil e no mundo. O jornalista e professor Carlos Alberto Di Franco, especialista em Jornalismo Brasileiro e Comparado, especializado em Ética para Imprensa e Qualidade Editorial, Doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra. avalia para a coluna Repórter Brasília, a importância da presença feminina nas redações.
Rompendo barreiras
A presença feminina nos cargos de liderança também contribui para ambientes de trabalho mais justos e inclusivos, incentivando a equidade de gênero nas decisões editoriais e administrativas. Ao ocupar esses espaços, as mulheres rompem barreiras, inspiram novas gerações e mostram que comunicação de qualidade se faz com competência, sensibilidade e coragem características que transcendem qualquer estereótipo de gênero. O Museu de Comunicação Hipólito José da Costa, em Porto Alegre, tem uma das maiores hemerotecas da América Latina. Vale a pena conferir.
Poder da voz feminina
Esse avanço representa mais do que igualdade de oportunidades: mostra o poder da voz feminina em pautas fundamentais, na diversidade de olhares e na construção de uma narrativa mais plural e sensível. Jornalistas mulheres têm sido protagonistas de grandes reportagens investigativas, de coberturas históricas e da defesa incansável da ética, dos direitos humanos e da democracia.
Conquista das mulheres
O professor Carlos Alberto Di Franco afirmou que, “a presença de mulheres na Redações, em cargos de chefia, com poder decisório, e ocupando espaços importantes na apresentação de jornais, merece ser festejada”.
Humanização da informação

Na visão de Carlos Alberto Di Franco, “a inteligência emocional e a sensibilidade feminina contribuem -e muito- na humanização da informação. Mais do que os homens são capazes de ver o rosto humano que se oculta na frieza das estatísticas”, afirmou.
Disrupção digital
“O jornalismo impresso ainda não conseguiu superar o grande impacto da disrupção digital. A obsessão com as audiências, compreensível e necessária, tem sido responsável pela perda de um foco essencial: a qualidade do conteúdo. Uma legião de órfãos do jornalismo de qualidade clamam por um conteúdo mais analítico, profundo e reflexivo”, avalia Carlos Alberto Di Franco.
Oportunidade para os Jornais
Na opinião de Carlos Alberto Di Franco, “os jornais vivem uma grande crise. Mas ela esconde uma imensa oportunidade de recuperar a reportagem e ser mais seletivo. Dar menos, mas dar muito melhor. E surpreender os leitores”. Para o jornalista, “hoje, creio, os jornais estão muito previsíveis e, de algum modo, reféns do teatro político e dos espasmos de Brasília. É preciso fazer um exercício de memória e autocrítica. Quem desconhece sua história corre o risco de perder o futuro”.
Recuperar o cheiro de asfalto
Na avaliação, de Carlos Alberto Di Franco, “o jornalismo regional, creio, tem dialogado melhor com seu público”. Ele acrescenta: “é preciso recuperar o cheiro do asfalto. Sair às ruas, ver a vida real, recuperar a paixão de contar boas histórias”, aconselha o professor.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa