Bandeira do Brasil (ilustração, Edgar Lisboa com IA)
O debate sobre a utilização da bandeira dos Estados Unidos em manifestações políticas no Brasil, inclusive no feriado da Independência, levanta uma reflexão essencial: o respeito à soberania nacional e à nossa própria identidade.
Brasilidade em primeiro lugar
A bandeira brasileira não é apenas um pedaço de tecido verde, amarelo, azul e branco. É símbolo de uma história de lutas, conquistas e de uma nação que busca afirmar sua autonomia. Quando um povo abre mão de valorizar os próprios símbolos, enfraquece a noção de pertencimento e unidade que sustenta a democracia.
Períodos sombrios e perigosos

Para a deputada Fernanda Melchionna (Psol/RS) , “o uso da bandeira dos Estados Unidos em qualquer manifestação do Brasil é patético. Ainda mais no 7 de setembro e em um momento em que o governo Trump aplica tarifas ilegais e utiliza a Lei Magnitsky para intervir na justiça brasileira. Estes são períodos sombrios e perigosos, nos quais ainda precisamos defender algo tão fundamental como a soberania nacional,” acentuou a parlamentar gaúcha.
Bandeira da brasilidade

“A nossa bandeira é verde e amarela. A nossa bandeira é a da brasilidade. A nossa bandeira é feita de muitas cores e mãos, de ventos e esperanças, de amor e amorosidade”, afirmou o senador gaúcho, Paulo Paim (PT). acrescentando: “ Somos soberanos e temos uma gente maravilhosa, aquerenciada no interior e nas grandes cidades, no litoral, no pampa, no sertão, na caatinga, no cerrado, na floresta amazônica e no pantanal”.
Em busca de vida digna
“Corremos rios e mares em busca de vida digna. Estamos ao lado do povo brasileiro — esse povo inigualável em sua história e em seus caminhos, esse povo que se levanta antes de o sol nascer e adormece sob as estrelas. Pátria somos todos!”, concluiu o senador Paulo Paim
O exemplo norte-americano

Curiosamente, os Estados Unidos, cuja bandeira vem sendo empunhada em atos da direita brasileira, são uma das sociedades que mais valorizam e respeitam seus símbolos nacionais. Nenhum norte-americano trocaria sua bandeira pela de outro país em manifestações políticas. Pelo contrário, lá ela é defendida como expressão máxima de patriotismo e unidade nacional, independentemente das divergências ideológicas.
O risco da submissão simbólica
Adotar símbolos de outra nação em momentos de afirmação política interna passa um recado perigoso: o de que não acreditamos na força de nossas instituições e no valor da democracia brasileira. A bandeira dos EUA pode representar amizade, parceria e cooperação, mas nunca deve ocupar o espaço que pertence exclusivamente ao verde e amarelo da nossa Pátria.
Respeito às instituições
Valorizar os símbolos nacionais é também respeitar as instituições que sustentam o Estado democrático de direito. A independência brasileira foi conquistada sob a inspiração da soberania, e o 7 de setembro deve ser lembrado como data de afirmação do Brasil perante o mundo.
Acima de ideologias e disputas partidárias
Se os Estados Unidos defendem e reverenciam a sua bandeira com orgulho, nós, brasileiros, devemos fazer o mesmo. Mais do que nunca, em tempos de polarização, é fundamental que a bandeira do Brasil seja o ponto de encontro de todos os cidadãos, acima de ideologias e disputas partidárias.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa