Qual a força da Extrema-direita?

Lisboa, Portugal (Foto ilustrativa)

Dentro de alguns dias Portugal vai saber qual a tamanho exato da extrema-direita no país, onde ainda encontra uma alta taxa de rejeição, MAS com expectativa de aumentar muita sua representatividade no Parlamento português por meio do Chega.

O partido ultraconservador concorre nas legislativas desse domingo, como um dos protagonistas, com discursos radicais contra imigrantes, que tem paradoxalmente o apoio de imigrantes brasileiros em Portugal, e imigrantes portugueses no Brasil.

A campanha não parece ter propriamente inflado o Chega como havia a expectativa.

A Aliança Democrática de centro-direita prometeu aos eleitores que não vai fazer alianças com partido da extrema-direita para garantir maioria, mas como a política não é cartesiana e há sempre justificavas para a mudança de ideias, tudo pode acontecer com o destino de um dos últimos países da Europa onde houve retorno dos ultraconservadores, que parecem ser alimentados pela mídia desde quando a ascensão de certos quadros parecia improvável.

A primeira candidatura de Trump tratada incialmente como piada, deveria ter sido um alerta para a chegada de Bolsonaro ao poder.

A cartilha da extrema-direita de “criar fumaça”, com fatos e desmentidos, muita incerteza e “inimigos” a serem combatidos é antiga, mas tem funcionado.

E mesmo longe do poder, essas figuras com o grande apoio que ainda tem tornaram-se celebridades que vendem notícias e produzem manchetes atrativas.

Recentemente o candidato André Ventura, do Chega português, anunciou que se for eleito primeiro-ministro não vai permitir a entrada de Lula em Portugal.

O fato foi amplamente divulgado pela imprensa portuguesa e brasileira. Mesmo espaço não tiveram os contra-ataques dos outros partidos, até de direita que criticaram, refutaram e ridicularizaram a proposta.

No Brasil, o desdobramento dos fatos também não ganhou espaço.

Mas não é o que parece importar. No dia da manifestação convocada por Bolsonaro na avenida Paulista, um suposto jornalista português foi retido por algumas horas na Polícia Federal depois de ter que esclarecer porque dizia que vinha fazer a cobertura jornalística no Brasil sem ter visto de trabalho.

Ele fez muito estardalhaço nas redes sociais, a imprensa brasileira bancou as denúncias, até editoriais pela liberdade de imprensa sem que a imprensa tenha sequer tido o trabalho de averiguar se o “gajo” era mesmo jornalista.

Não era, conforme a CCPJ – Comissão da Carteira Profissional de Jornalista, de Portugal que se manifestou diante da enorme repercussão do caso.

Pode ser muito perigoso dançar e sapatear na beira do abismo da extrema-direita.

Repórter Brasília/ Valério Cecconi 

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