O ex-governador do Distrito Federal, e ex-senador da República, Cristovam Buarque (Cidadania/DF), fez para o Repórter Brasília, uma avaliação do momento político do País e qual o cenário para os próximos anos. Com a experiência política e também de ex-reitor da UNB, disse que “para avaliar o futuro do Brasil, ele olha para a Argentina, só anda um pouco. Creio que nós progressistas, de esquerda, como eu ainda gosto de dizer, temos que prestar atenção em duas coisas que o povo não está vendo na gente: responsabilidade no manejar as coisas do presente, não só fiscal, político e jurídico. Segundo, que é o mais importante, oferecer as carências de um mundo diferente e melhor. Nós não estamos oferecendo carências para os próximos 20 anos.”
Neste debate, “a direita ganha”
“Nós estamos discutindo o presente”, pontua Cristovam Buarque, acentuando que “nesse debate do presente, a direita ganha. A direita oferece coisas irresponsavelmente, para o imediato.”
Prisioneiros do presente
Para o ex-governador de Brasília, “o momento de hoje é um momento em que estamos prisioneiros do presente. E a prisão do presente não é boa para as coisas progressistas venderem suas propostas e lutarem por mais votos.”
Fantasmas da obsessão
Questionado sobre o Congresso Nacional e as perspectivas de desenvolvimento, Cristovam Buarque afirmou: “Estamos vendo o fantasma da obsessão. Hoje nós estamos muito melhor, obviamente, do que no tempo de Bolsonaro, em tudo. Mas nós não dissemos qual o nosso plano de metas para a economia com equilíbrio ecológico, para a economia com inteligência artificial. Não estamos vendo a indústria daqui a 30 anos.”
Transferência de renda
“Graças a Lula e ao PT, vemos a importância da proposta de transferência de renda via Bolsa Família. Mas nós não dissemos ainda o que vamos fazer para daqui a 30 anos não precisar mais do Bolsa Família, porque todo mundo vai estar inserido na economia. Esses pontos ainda estão faltando”, cobrou o político e educador, Cristovam Buarque.
Mais atenção ao agronegócio
O deputado Afonso Hamm (PP/RS) está preocupado com o tratamento dado pelo governo federal ao agronegócio. Ele pede que o Executivo dê mais atenção ao setor que abrange desde a agricultura familiar, até o grande produtor rural. O congressista ainda destaca a relevância da preservação ambiental nas propriedades rurais; ressaltando que um terço das áreas de matas nativas e de campos preservados, estão dentro dessas propriedades.
Aprovado PL dos agrotóxicos
O presidente Lula vai ter trabalho na volta da viagem ao exterior. Terá que sancionar ou vetar o projeto dos agrotóxicos. O Senado Federal aprovou esta semana o Projeto de Lei que cria o novo marco legal para a produção, registro, comercialização e uso de defensivos agrícolas, no Brasil.
Acordo governistas, e FPA
A proposta que tramitou por 24 anos no Congresso Nacional, é uma pauta prioritária de ruralistas. Chamado de PL do Veneno por ambientalistas e críticos, o projeto foi aprovado com apenas um voto contrário no Plenário da Casa, da senadora Zenaide Maia (PSD-RN), após um amplo acordo feito entre a base governista e a Frente Parlamentar da Agropecuária
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa