Brasil sai do Mapa da Fome da ONU: conquista histórica reflete políticas públicas eficazes

Predidente Lula (Crédito: Ricardo Stuckert, PR)

Em apenas dois anos, o Governo do Brasil reduziu a insegurança alimentar para menos de 2,5%, retomando trajetória de combate à fome e à pobreza

Vitória que exige vigilância

O anúncio da FAO/ONU de que o Brasil deixou o Mapa da Fome, após atingir menos de 2,5% da população em situação de subnutrição, é um marco. Mas não podemos nos enganar: essa conquista, baseada em dados de 2022 a 2024, não está blindada contra retrocessos. Já vimos no passado como crises econômicas e má gestão empurraram milhões de brasileiros de volta à insegurança alimentar.

Produção abundante, mas mal distribuída

Somos um dos maiores produtores de alimentos do planeta. Ainda assim, milhões de famílias enfrentam dificuldades para colocar comida na mesa. A abundância agrícola não é suficiente se faltar logística, apoio à agricultura familiar e políticas de preços que facilitem o acesso ao básico.

Emprego e renda

A saída do Mapa da Fome deve ser tratada como compromisso de Estado. Isso passa pela geração de empregos de qualidade e pela valorização do trabalho. Programas sociais são importantes, mas apenas a renda estável garante que as famílias possam comprar seus próprios alimentos. Uma economia fragilizada pode levar rapidamente ao aumento da pobreza e à volta da fome.

Risco do desmonte das políticas públicas

Se não houver continuidade e planejamento, corremos o risco de repetir erros recentes. A desarticulação de programas sociais e a redução de investimentos em segurança alimentar podem reverter a conquista anunciada pela ONU. É preciso que União, Estados e municípios mantenham ações integradas, sem uso político do combate à fome.

Burocracia excessiva

Pedro Westphalen (Credito: Bruno Spada, Câmara dos Deputados)

O deputado Pedro Westphalen (PP/RS), disse à coluna Repórter Brasília que, “se não fosse atrapalhado pelos governos, o Brasil já teria saído da faixa da fome há muito tempo”. Para o parlamentar, a solução passa por menos entraves à produção”.

Importância da agricultura

“Se a agricultura não for dificultada, se deixarmos os produtores trabalhar e entendermos que 23% do PIB brasileiro vem da agricultura familiar, do pequeno agricultor e da grande produção, tudo seria mais fácil”, avalia o congressista. Ele afirmou que, “isso ajudaria a reduzir os preços dos alimentos e garantir o acesso da população, além de dar mais estabilidade aos empregadores e condições para gerar empregos.”

Barreiras impostas ao produtor  
Westphalen criticou a grande quantidade de exigências e barreiras impostas ao setor produtivo: “Não é enfraquecendo quem produz que vamos fortalecer quem está em situação de vulnerabilidade. Fortalece-se o fraco fortalecendo quem gera renda. Infelizmente, hoje no Brasil o que vemos é uma burocracia enorme e muita retórica. O Rio Grande do Sul, por exemplo, vive uma crise sem o devido apoio do governo federal.”

Brasil pode ser parte da solução

Ilustração, Edgar Lisboa, com recursos de IA

Para o deputado, o país tem condições de contribuir significativamente para a redução da fome: “O Brasil pode suprir grande parte das necessidades de alimentação do seu povo. Mas, para isso, é preciso acabar com os empecilhos criados pelos governos. Somos um país com imenso potencial, mas precisamos cortar os custos e entraves no meio do caminho”, concluiu Westphalen.

Justiça alimentar

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, sintetizou bem a situação: “Não há soberania sem justiça alimentar. E não há justiça social sem democracia”.

A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.

Edgar Lisboa

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