“Quem se omite, é cúmplice, diz Paulo Paim (Crédito: Moreira Mariz, Agência Senado)
Um dos muitos indicadores alarmantes da nova pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, é que mais de 20 milhões de mulheres relataram algum tipo de violência no último ano.
“O feminicídio segue sendo uma ferida aberta em nossa sociedade, com números alarmantes que não podemos aceitar”, disse à coluna Repórter Brasília, o senador Paulo Paim (PT/RS).
Assédio Moral
Na visão do senador gaúcho, “a violência contra as mulheres não é apenas física; ela também se manifesta de forma psicológica, por meio do assédio moral, do preconceito e da discriminação. Essas práticas tóxicas precisam ser enfrentadas com coragem, com leis mais duras e com educação para transformar mentalidades”, cobra Paulo Paim.
Desafio do machismo
Paulo Paim aponta o machismo enraizado em nossa cultura como um dos principais desafios. “Ele perpetua comportamentos que desvalorizam as mulheres e restringem suas oportunidades. Precisamos de políticas públicas efetivas, que incluam campanhas de conscientização, ações educativas nas escolas e programas de apoio às vítimas de violência”.
Responsabilidade de estados e municípios
Para o senador petista, “é fundamental que estados e municípios assumam um papel ativo na defesa das mulheres, fortalecendo redes de proteção e oferecendo suporte integral às vítimas”, aconselha o senador Paulo Paim.
Fórum de Segurança Pública
A pesquisa Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, estima que 37,5% das mulheres, com idade de 16 anos ou mais, sofreram violência física, sexual ou psicológica nos últimos doze meses; o que corresponde a 21.458,206 milhões de mulheres.
Coniventes e silenciosos
A diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, alerta que: “enquanto nós continuarmos coniventes e silenciando, mais mulheres vão continuar sofrendo violência, e pior, muitas dessas mulheres acabarão sendo vítimas fatais dessa violência”.
Episódios violentos
Maridos, companheiros ou namorados foram responsáveis por 40% dos episódios violentos. A pesquisa mostrou também que nove em cada dez mulheres foram atacadas, ou receberam ofensas na presença de testemunhas.
Assédio sexual
Outro dado assustador revelado pela pesquisa, é que 49,6% das mulheres foram vítimas de assédio sexual no último ano. São mais de 29 milhões de brasileiras. Também o maior número desde o início da série histórica em 2017.
Crime de stalking
Entre os casos de assédio, 8.517,096 milhões de mulheres foram ameaçadas e perseguidas repetidas vezes no crime de stalking, até mesmo de forma virtual.
Intimidade exposta
A pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, pela primeira vez verificou quem teve a intimidade exposta de forma indevida, 1.586,720 milhões de mulheres foram vítimas de vazamento de fotos e vídeos íntimos.
Vergonha e medo
Denúncia de assédio e violência, ainda são deixadas de lado. Nos últimos 12 meses, 25,7% das mulheres procuraram órgãos oficiais para dizer quem foram os agressores. O medo e a vergonha ainda são motivos de subnotificação destes crimes, isso ainda é uma realidade.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa