Eduardo Gomes (Crédito: Jefferson Rudy, Agência Senado)
A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, contrariando a expectativa de alguns senadores e deputados, adiou mais uma vez, a votação que regulamenta a produção e a comercialização de cigarros eletrônicos no Brasil. A decisão de retirada de pauta foi do próprio relator, senador Eduardo Gomes (PL/TO), que deu parecer favorável ao projeto. A votação ficou para o dia 3 de setembro.
Solidariedade dos Senadores
Boa parte da reunião da Comissão de Assuntos Econômicos foi para os senadores rebaterem ataques feitos pelas igrejas evangélicas de Goiás, ao presidente da CAE, Vanderlan Cardoso.
“Ninguém é porta voz de Deus”
O senador Omar Aziz (PSD/AM) afirmou que “ninguém é porta voz de Deus. A gente fala com Deus e não precisa de intermediários, fala direto com Deus. Até porque se Jesus é filho de Deus, eu sou irmão de Jesus, porque eu também sou filho de Deus”. O senador lamentou que tenha se chegado a essa situação: “em que a igreja evangélica toma posições do ponto de vista político, e não do ponto de vista de salvar almas”.
Recado aos pastores
Já a senadora evangélica Damares Alves (Republicanos/DF) disse “estar preocupada pelos ataques ao senador terem partido das igrejas evangélicas. O senador está fazendo um bom trabalho em favor dos evangélicos no Senado”.
Entidades médicas
O projeto dos cigarros eletrônicos têm sido alvo de entidades médicas que se posicionaram contra o texto. De acordo com as entidades, “o projeto de lei é uma grave ameaça à saúde pública brasileira…”.
Consequências “terríveis”
A pneumologista, doutora Margareth Dalcolmo, chama atenção para a quantidade de jovens que ela vem atendendo no dia a dia por causa disso. Ela explicou que “as consequências do vape são terríveis, porque não tem volta. Os danos vão de enfisema e câncer pulmonar”.
Alternativas de menor risco
Para a Associação Brasileira da Indústria do Fumo, “a produção dos cigarros eletrônicos no Brasil já se mostrou ineficiente, e que, em países em que há a regulamentação, estão disponíveis produtos controlados que oferecem aos adultos fumantes alternativas de menor risco”.
Vendas em bancas de revista
O deputado e médico, Pedro Wetsphalen (PP/RS) afirmou que “o cigarro eletrônico é legalizado em muitos países e está sendo usado no Brasil. Tem que achar uma maneira de tornar isso, não uma invasão de divisas, mas que se busque os controles que não façam mal à saúde, e que evite o uso. O cigarro eletrônico hoje, no Brasil, é vendido inclusive em bancas de revistas”, lamenta o parlamentar.
Nem contra, nem a favor
O senador Sérgio Petecão (PSD/AC) afirmou que “não é contra, nem a favor”. Acentuou que, “é muito mais fácil ser contra do que discutir o assunto. Eu não fumo, as informações que nós temos é que vem do Paraguai. Não tenho dúvida que tem muita gente ganhando dinheiro com isso”.
Qualquer um compra
Sérgio Petecão aponta dizendo: “aí chega a Anvisa e determina que é proibido fumar o cigarro eletrônico”. Segundo o senador, “em Brasília, ao lado da Anvisa, na Feira do Paraguai (agora Feira dos Importados), qualquer um vai lá e compra. É isso que eu não consigo entender”, diz.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa