Presidencialismo se esgotou em si mesmo

Quem teve a oportunidade de assistir o debate pela CNN
dos dois candidatos a presidente dos EUA, por sinal tanto
TRUMP – 78 anos, como BIDEN 81 anos, já foram ocupantes
da Casa Branca. Para o telespectador isento e não eleitor
deste planeta foi um espetáculo não só de baixo nível com
ataques pessoas e desfile de mentiras, como a total ausência
de propostas e programa de governo.

Chamou atenção, que ainda durante o debate, vozes do
Partido Democrata e da imprensa opinaram pela mudança de
Biden por outro candidato. Ficou visível e evidente a sua falta
de condições de sanidade mental e pessoal para ocupar por
mais uma temporada o comando dos americanos.
Biden precisa desistir da candidatura, defende
The New York Times em editorial
“O jornal americano The New York Times, um dos
mais importantes e influentes do país, pediu em editorial
nesta sexta-feira (28) que o presidente dos Estados
Unidos, Joe Biden, abandone sua campanha à reeleição
depois do desempenho desastroso no debate
contra Donald Trump na quinta-feira(27)”

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2024/06/biden-precisa-desistir-
da-candidatura-defende-the-new-york-times-em-editorial.shtml

Do outro lado, também se viu um Trump mais velho,
mais arrogante e escorregadio, mentiroso e sem responder
objetivamente as perguntas que interessam a grande nação
americana. Foi um espetáculo deprimente para a história
política dos EUA – que representa a civilização ocidental mais
evoluída – a ver que terá que escolher entre um condenado
pela justiça ou um caquético ancião que perde o raciocínio
na hora de mostrar-se perante seus eleitores. Os EUA já
tiveram 46 presidentes, e Joe Biden é o mais idoso de todos, sendo que 8 morreram durante o mandato. Quatro por
causas naturais e quatro foram assassinados. Além de
John F Kennedy em 1963, foram assassinados
Abraham Lincoln em 1865, James Garfield em 1881, e
William McKinley em 1901, em Nova York.

Tive a curiosidade de comparar as idades dos últimos
presidentes do mundo ocidental e apenas o francês
CHARLES DE GAULE (1890/1970) uma das grandes
personalidades na Segunda Guerra Mundial que foi eleito em
21/12/1958, Presidente da República Francesa
permanecendo até 1969, com 79 anos de idade.

Na monarquia onde não se elege reis e rainhas
porque herda-se o trono, foi Elizabeth II a monarca mais
longeva do Reino Unido com 92 anos de idade, ao contrário
do nosso Imperador Dom Pedro II (1825-1891) que herdou
a coroa quando tinha apenas 5(cinco) anos pela inesperada
abdicação de Pedro I, mas somente assumiu aos 15 anos
após a Regência.

Será mesmo que teremos nos EUA, uma disputada entre
octogenários pela presidência entre um fanfarão condenado
pela justiça e um advogado senil que as vezes nem sabe
onde está? Abra-se um parêntesis para não se esquecer da história,
que sempre se repete e que tantos males já causou à espécie
humana com indivíduos que mesmo sem serem longevos eram
déspotas pela loucura de comportamento e poder que tinham
nas mãos.

Vimos e estamos assistindo a as
funestas consequências das
inundações das cidades gaúchas como
fator do clima que o homem ainda não
domina (se é que um dia conseguirá)
mas lembremos o incêndio de Roma,
nos dias 18 e 19 de julho de 64 d.C,
atribuído ao Imperador Nero e assim
descrito pela história:

“Um extraordinário tumulto se apoderou de toda
a cidade e pessoas corriam de um lado para outro
como loucas. Alguns, ao tentarem ajudar seus vizinhos,
eram informados que sua própria casa começava a
queimar […]. Os que estavam no interior dos prédios
precipitaram-se pelas ruas estreitas, na esperança de
poderem ficar protegidos do lado de fora, enquanto
outros, ao contrário, queriam se refugiar dentro das
casas. Crianças, mulheres, homens e velhos, todos
gritavam ou gemiam; não se podia ver ou escutar nada
por causa da fumaça e dos gritos. Alguns ficavam
parados, mudos e boquiabertos. Muitos dos que
transportavam seus bens, ou os bens que haviam
saqueado nas casas alheias, precipitavam-se uns
contra os outros e ficavam soterrados sob o fardo que
transportavam. […] as pessoas empurravam e eram
empurradas, derrubavam os outros e eram derrubadas.
Muitos eram esmagados e pisoteados. Assistia-se a
tudo o que se produz numa tal catástrofe; e era
impossível escapar, pois o que evitava um perigo caía
imediatamente um outro e morria. (Dion Cassius, LXII,
16.)"https://brasilescola.uol.com.br/historiag/grande-incendio-roma.htm
Ou de fanáticos e destemperados como Stalin, Mao Tse
Tung, Hitler, Fidel Castro e The Guevara (que faziam questão
de eles mesmos usarem o fuzil no paredon contra os que discordavam da sua guerrilha e, assim mesmo, por décadas, por muitos foram considerados heróis.
É claro que a eleição do Presidente americano interessa
a todas as pessoas lucidas r pacíficas do mundo pois nunca se
teve na história um armamento nuclear tão mortífero e
destruidor como hoje tem o governo dos EUA. É do interesse
mundial que seja presidente uma pessoa lúcida, capaz e na
plenitude de suas faculdades mentais para não bancar de Nero
detonando o primeiro míssil intercontinental.
Onde fica o Brasil nesta realidade mundial de duas
guerras fratricidas com a da Rússia X Ucrania e Israel x
Hamas, na faixa de Gaza?

Aqui não existe limite de idade para ser candidato a
presidente, apenas ser maior de 35 anos, mas em bom tempo
e oportunamente a PEC DA BENGALA – emenda
constitucional número 88 de 7 de maio de 2015 fixou em 75
anos o limite de idade para ministros dos tribunais
superiores ao contrário da defasada Constituição Americana
que não impõe limite de idade para sua Suprema Corte apesar
das inúmeras tentativas de limitar os mandato dos seus
ministros.

Dos 39 presidentes da república brasileira apenas dois
passaram dos 70 anos no exercício do mandato. Getúlio
Vargas que se suicidou em 24/08/1954 com 72 anos de idade
e o atual que já passou dos 77 anos. Nunca se tome a
exceção pela regra nos recomenda a prudência e bom senso.
Daí a pergunta que não cala para o sistema
presidencialista brasileiro: com quase 80 anos Lula teria
condições de cumprir um novo mandato como já se insinua
pela reeleição, sendo até punido pela Justiça Eleitoral por
propaganda antecipada e irregular?
Já para o presidencialismo americano também fica a
interrogação: arriscar com um insano mental ou aventurar-
se com um candidato que depois da eleição pode ser considerado inelegível pelos processos e condenações que
contra ele existem?

Somente uma CONSTITIUINTE
EXCLUSIVA, poderá disciplinar
esta questão vital e tão
contraditória com a realidade e
nossa história. “E g o í s m
o e a g a n â n c i a
nunca te deixarão" e v
o l u i r", ensinava o pai da
psicanalise Sigmund Freud.

O que não se pode esquecer é que o sistema
presidencialista americano está alicerçado pelo VOTO
DISTRITAL que elege deputados e senadores para que a
maioria destes de fato elejam o presidente, além de lá
ser o mandato dos deputados de apenas 2 anos e ainda,
apesar de serem 120 milhões de americanos a mais que o
Brasil, elegem apenas 440 deputados enquanto nos elegemos
513. Existem uma pedra no caminho político brasileiro.
E agora José, quem vai tirar a pedra do caminho nas
eleições futuras se usarmos a perguntas épicas do nosso
imortal e consagrado Carlos Drumond de Andrade quando se
questionou a si próprio pela velhice.
E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o
povo sumiu, a noite esfriou, e agora José? …….
Tinha uma pedra no meio do caminho. No meio do
caminho tinha uma pedra!………

NILSO ROMEU SGUAREZI, advogado, ex-deputado federal
constituinte e defensor da tese da CONSTITUINTE
EXCLUSIVA, pelo voto distrital e inelegibilidade de 10 anos
para os constituintes que escreverem NOVA CONSTITUIÇÃO e
depois ser aprovada pelo REFERENDO POPULAR.

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