O Diretor Geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, revelou, nesta quarta-feira (04), em café da manhã com jornalistas, em Brasília, detalhes sobre a ação dos membros das forças especiais do Exército, os “kids pretos”, na tentativa de golpe, para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o delegado, eles chegaram a estudar a investigação do caso do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco para tentar driblar a Polícia Federal.
Sem deixar rastros
Andrei Rodrigues disse que os envolvidos tentavam não deixar rastros para a investigação. Os chips de celulares, por exemplo, eram habilitados em nomes de outras pessoas, e eles evitavam até usar transporte por aplicativo para não deixar nenhum registro.
Sem esculacho
Andrei Rodrigues afirmou que a Polícia Federal mantém uma relação institucional com as Forças Armadas no mais alto nível. Toda vez que há buscas e apreensões ou prisões, em unidades militares, mantém contato com o comandante do Exército, na véspera. Acentuou que “não houve nenhum preso algemado e nem esculacho, durante as prisões”. Ele citou inclusive o bom relacionamento com os três comandantes das Forças Armadas.
Sem dimensão do tamanho
Para o delegado gaúcho, “desde quando ele era Chefe da equipe de segurança, do hoje presidente Lula, percebia que havia um movimento de tentativa de golpe, mas que não tinha dimensão do que viria pela frente”.
Alerta sobre ataques
Andrei Rodrigues citou um ofício que enviou ao Ministério da Justiça um dia antes dos episódios golpistas do dia oito de janeiro, com alerta sobre os ataques aos prédios do Planalto, do Congresso, e também do Supremo Tribunal Federal.
Joias e vacinas
Apesar de já ter concluído os inquéritos da trama golpista, e também das joias e da fraude nas vacinas, Andrei disse que a investigação não deve ser concluída até o fim deste ano.
Inquéritos contra deputados
Quanto às insatisfações do Congresso em relação a inquéritos instaurados por discursos de parlamentares na tribuna da Câmara, o Diretor Geral da Polícia Federal afirmou que, “a reação do presidente da Câmara, Arthur Lira, não vai impedir a investigação contra esses deputados”.
Crise nos Correios
O deputado Maurício Marcon (Pode/RS), fez críticas ao governo federal pela crise nos Correios. Ele afirmou que a gestão anterior deixou os Correios com um saldo positivo de R$ 3 bilhões, mas, “em menos de dois anos, o governo conseguiu destruir a empresa, que pode ficar insolvente, sem conseguir pagar as próprias contas”.
Cadastro Nacional de Pedófilos
O veto presidencial que condena a permanência de dados dos pedófilos, por dez anos, após o cumprimento da pena, ao projeto que cria o Cadastro Nacional de Pedófilos e Predadores Sexuais, foi criticado pelo deputado Coronel Assis (União/MS). O parlamentar entende que “a decisão compromete a segurança da sociedade, uma vez que o sigilo pode dificultar a identificação de reincidentes”.
A Coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comercio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul.
Edgar Lisboa