Diretor-Geral  da Polícia Federal questiona, na CPI se crime organizado é o pessoal da Faria Lima ou alguém com fuzil na mão?

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, abriu seu depoimento à CPI do Crime Organizado no Senado destacando a Operação Master. Ele relacionou diretamente a ação, que investiga crimes no sistema financeiro, ao enfrentamento às organizações criminosas, reforçando a necessidade de um combate mais duro e técnico (Reprodução da TV Senado)

Desvio Bilionário e Risco de Glamourização

Rodrigues informou que a investigação apura um desvio estimado em R$ 12 bilhões. Segundo ele, é essencial enfrentar esse tipo de crime para evitar que organizações criminosas sejam “glamourizadas” ou tratadas como estruturas a serem respeitadas, o que, em suas palavras, pode levar até à “promoção pessoal” de quem tenta se aproximar desse universo.

Compromisso com o Interesse Público

O diretor-geral criticou a postura de atores que, segundo ele, “não têm compromisso com o interesse público”. Rodrigues defendeu que é preciso “colocar a bola no chão” e separar o que realmente importa para enfrentar o crime organizado, evitando misturar interesses pessoais ou políticos ao debate.

O Debate Virou uma Panaceia

Ao tratar do PL antifacção e de outras propostas em discussão no Congresso, Andrei Rodrigues afirmou que o tema virou “uma panaceia”. Ele cobrou clareza conceitual, questionando o que afinal se define como crime organizado:
“É o pessoal da Faria Lima ou alguém com um fuzil na mão?”, provocou.

Conexão Entre Facções e Sistema Financeiro

Andrei Rodrigues concluiu reforçando que o combate ao crime não pode se limitar às facções armadas. Ele lembrou que a própria Operação Master/BRB mira práticas criminosas dentro do sistema financeiro, tendo como principais alvos o Banco Master e integrantes do Banco de Brasília. Para ele, só um enfrentamento completo do crime armado ao crime sofisticado, terá impacto real.

Portal Repórter Brasília, Edgar Lisboa